terça-feira, 5 de agosto de 2014

SÃO PAULO



Tentamos nos amar – falhamos
Tentamos odiar – falhamos
Tentamos nos gostar – falhamos
Tentamos não sentir – acabamos sentindo.

Tentamos acordar – dormimos
Tentamos trabalhar – dormimos
Tentamos passear – dormimos
E o dia provou-se curto demais.

tentamos levantar
– e os carros e curvas esmagaram nossa voz –
tentamos rebelar
– e a revolta revoltou-se contra nós –
tentamos semear
– mas a terra era infértil
            na última roseira envenenada da América do Sul.

ATRAVÉS DOS TEMPOS.


Nahn
(abril)

I. Antiguidade
Uma palavra,
E eu serei o aedo e a musa
A compor hexâmetros
Para a odisseia dos teus sonhos





II. Alarábia
Uma palavra,
E eu serei teu beduíno brilhante
Domador dos poemas suspensos
Do teu sorriso






III. Medievo
Uma palavra,
E eu serei o trovador encantado
Bardo cantador
Da música do teu peito a dormir







IV. Século XXI
Uma palavra,
E eu serei o astronauta de olhos verdes
Cavaleiro das tempestades cósmicas
Do teu olhar.
Ssamt                                                           
(julho)

I. Antiguidade
Uma palavra,
E eu teria sido o aedo e a musa
A compor hexâmetros
Para a odisseia dos teus sonhos.





II. Alarábia
Uma palavra,
E eu teria sido teu beduíno brilhante
Domador dos poemas suspensos
Do teu sorriso






III.Medievo
Uma palavra,
E eu teria sido o trovador encantado
Bardo cantador
Da música do teu peito a dormir







IV. Século XXI

e eu, astronauta de olhos verdes,
cavaleiro de tempestades cósmicas,
                                                           parti.