Sochi – depois de cansativas vinte e
cinco horas de trem saindo de Moscou, descendo até a costa do Mar de
Azov e acompanhando a foz das montanhas do Cáucaso, – Sochi.
Sochi é a cidade dos
fantasmas-em-crisálidas. Crisálidas-prédios, crisálidas-tratores,
crisálidas-gigantescas estações de trem. Crisálidas que brotam da
terra, do ferro e do petróleo num parto que geme sons de britadeiras
e escavadoras. Crisálidas que, ao entardecer, transparecem os raios
do sol morno de abril à espera de serem habitadas pelos fantasmas do
futuro: nuvens de gafanhotos-espectros-turistas, devoradores da vida
humana local. Pobre Maiakóvski, jamais imaginou.
Nota. Pela primeira vez na vida, vi um
bebê com ódio. Deitava sangue pelos olhos ao olhar para a própria
mãe.
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